Sangal Silver Cicles – bicicletas de Sangalhos

Sangal foi uma marca de bicicletas que nasceu em Sangalhos, tal como o nome indica, uma vila bairradina onde o fabrico destes veículos desempenhou, em tempos idos, um importante papel na economia local. Silver Cicles é uma marca da Sangal que fabricava a “série” (quadro, forqueta, guiador, guarda-lamas e quadro da caixa, este último vulgarmente conhecido por protecção da corrente) vendendo esse material a diversas outras marcas que montavam as bicicletas e lhe punham – no topo do quadro e por debaixo do guiador – uma chapinha rebitada com a sua própria marca. Por cima dessa chapa encontra-se gravado no quadro a marca do fabricante da série: Sangal, habitualmente pintada a branco.

Os quadros fabricados pela Sangal tinham também pintada a designação “Silver Cicles” (além da frase “qualidade garantida”) independentemente da marca que depois lhe era dada pela empresa que procedia à montagem, como é o caso da “Miss”, uma marca que surge nos quadros da Sangal.

As “pasteleiras” que nos servem de exemplo têm o quadro Sangal mas com a curiosidade de a marca ser, igualmente, “Silver Cicles”, uma curiosidade que alguns coleccionadores com quem falei não me souberam explicar e como a Sangal já não existe será difícil saber mais pormenores.
São duas bicicletas muito confortáveis. Não sendo muito pesadas são de fácil manejo. Equipadas com aros 26 (3/8) a de homem dispõe de três mudanças no cubo da roda de trás que se accionam com uma pequena alavanca situada no lado esquerdo do guiador. Não lhe falta a capaínha nem o farol e o dínamo, estando a corrente completamente tapada pelo quadro da caixa o que protege o utilizador contra a possível sugidade provocada pelo óleo de lubrificação. Por outro lado impede também que as calças se prendam na corrente, como por vezes acontece, evitando assim acidentes e estragos na roupa. 

São duas as “pasteleiras” que aqui deixo, uma “masculina” e outra “feminina”, esta última mostrando um desgaste maior, o que prova uma maior utilização, onde a ferrugem já é bem visível. A de homem encontra-se em melhor estado talvez por ter tido menos utilização.